sexta-feira, 28 de maio de 2010

se fosse qualquer coisa
se não fosse isso
(ser qualquer coisa)
se qualquer fosse uma
coisa nenhuma
seria sempre
quase nada
e quase sempre
é sempre assim.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Não vou nem pensar.

nem poderei.

os planos são meus desejos
meu endereço é a distância.
sou lento papel
alçando vôo
no vento
de lá
e que varre minhas entranhas
e que assusta
quem vê flores
onde não tem flores
não tem nada
pra vê o que se vê
entao não vejo nada
e me perco.

Ó.
me perdi!

e se perder
(se me per der)
talvez
seja a unica opção.


é o grito.


um eco seco
sacro
disso
tudo

(o que é isso?)

sei não.
to por ái á toa.
Só sei que a cada grito
o eco
lá de dentro me sopra:
voa!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Conversando com o velho (nem tao velho) P, descubro que o (agora sim) velho B disse que os verdadeiros artistas nao afirmam nada, apenas sugerem...
Esta' feita a sugestao.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Esperança, a andança de um impaciente ponteiro de relógio (que nao aguenta mais andar em círculos), para quem não resta mais nada, somente esperar.
Espero.
Um esmero com algo que não conheço.
O tempo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Me disseram que
escrevo sempre
a mesma coisa.
porque é só o "e"
e o "s"
sem falar no "p"
que nuncam ficam pra trás.

Com as mesmas palavras
fico no mesmo mundinho
das mesmas rimas subdesenvolvidas

o que muda, ao certo,
é a linha (sempre reta)
(então não muda tanto assim)
tão muda que se cala quase sempre.

também acho que não falo quase nada

Então pra continuar a se esvaziar,
de que vale a pena?

não seria melhor
encher o pulmão
prender a respiração e gritar de vez?

aí, porém,
machucaria quem
de bom grado
(a grado ável)
colocou a mão no ouvido
e parou pra me escutar

Estou no páreo
sem nada a se fazer
a não ser deitar a caneta no papel
e dormir.

No meu sonho
gozarei no final
quando todos já tiverem fumando seu cigarro
e eu, como qualquer cuzão
tomar o ultimo gole
da água que sobrou do ultimo temporal.

minha boca seca, começa a babar
e lambuza o quintal de pisos antiderrapantes,
feitos pra se andar de patins.

ANO ZERO

Com as poucas palavras que se espremem para sobreviver ao espaço mínimo do meu vocabulário, tento escrever.
No entanto, num misto de rejeição, vazio e maldade (aqui encarado como algo natural, próprio da natureza caótica e inconsequente de tudo o que é sensível), esssas pequenas tentativas de se manifestar não encontram refúgio, nem auto-estima suficiente para concentrar forças a ponto de esboçar ou sugerir algo que realmente valha a pena. No meu caso, que valha a tinta.
Não tenho medo de escrever bobagem - ao contrário.
Me surpreenderia se, por acaso, esse amontoado de rabiscos traduzissem o que se passa no meu estômago.
( Morte ao coração!)